glitters

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Nascimento do Menino Jesus



Parabéns

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cores do Sol


O Sol muda de cor por causa da atmosfera
Por que o Sol muda de cor durante o dia?
?Por que o Sol muda de cor durante o dia?

!A luz solar não é amarela nem vermelha, é branca. O branco resulta da soma das sete cores do arco-íris o violeta, o azul, o anil, o verde, o amarelo, o laranja e o vermelho. Nós enxergamos o Sol com tonalidades diferentes, ao longo de um dia, porque a atmosfera filtra os seus raios, separando as cores. A nossa percepção do Sol muda por causa das irregularidades na camada de ar que envolve a Terra e pela distância que a luz percorre na atmosfera, explica o físico Henrique Fleming, da Universidade de São Paulo. Existem partículas de poeira, poluição e gotículas d'água infiltradas entre as moléculas de gás que compõem a atmosfera. Quando o Sol está alto, as cores formadas por ondas de maior amplitude contornam essas partículas e as moléculas. Mas as menores (o violeta, o azul e o anil) não conseguem se desviar e trombam, espalhando-se. Com isso, tingem o céu de azul e o Sol fica amarelo, que é a soma das cores restantes: o verde, o amarelo, o laranja e o vermelho. À medida que o Sol vai se pondo, seus raios têm que atravessar um pedaço maior da atmosfera, colidindo com mais obstáculos. Afinal, no crepúsculo, até as ondas longas, laranja e vermelho, acabam trombando e se desviando, avermelhando gradativamente o horizonte (embora o resto do céu continue azul). A vermelha é a última onda de luz que consegue cruzar a atmosfera e nos atingir, por isso o astro-rei fica vermelho no pôr-do-sol. Por fim, o céu fica preto com a ausência de luz: não chega mais nenhuma cor e nem se vê mais nenhum espalhamento, pois o Sol está abaixo do horizonte.


Entenda como o ângulo entre a luz do Sol e a Terra muda a cor do céu e do Sol.
A luz branca do Sol é composta de todas as cores.

Ao meio-dia, a luz do Sol atravessa um trecho menor de atmosfera. O violeta, o azul e o anil se espalham pelo céu e os raios solares chegam amarelos aos nossos olhos.

No final da tarde, a luz entra inclinada e passa por um longo pedaço de atmosfera, trombando nas partículas. O verde e o amarelo também se espalham, e só o laranja e o vermelho chegam aos nossos olhos.

1 - Ondas compridas de luz, como o vermelho, contornam os obstáculos sem dificuldades.

2 - Ondas curtas, violetas, anis e azuis, batem e se espalham pelo céu, pintando-o. O Sol é amarelo porque essa cor é a mistura das ondas longas que chegam: verde, amarelo, laranja e vermelho.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Teoria de Darwin - 150 anos de existência



Neste mês de novembro as comemorações do bicentenário de nascimento de Charles Darwin (1809-1882) atingem seu ponto máximo. Foi neste mês, há 150 anos, que ocorreu a publicação da primeira edição de "A Origem das Espécies", o livro que inscreveu o naturalista nos grandes gênios da ciência.
Conceitos como adaptação, evolução e seleção são alguns dos fundamentos da biologia moderna –, são cada vez mais expressivas as vozes que defendem que "A Origem..." não é a última palavra na tentativa de explicar os mecanismos pelos quais a vida se reinventa e se diversifica. Observações feitas em novas áreas de investigação, como a genômica e a epigenética, não encontram paralelo no pensamento de Darwin. E há quem proponha que talvez seja necessária uma nova revolução conceitual na biologia.
Antes da genômica, havia poucas formas de pesquisar a evolução experimentalmente. Ficava-se restrito ao estudo de fósseis, a experimentos de reprodução dirigida e a pouca coisa mais"
Na verdade, o que se ensina hoje sobre evolução já é uma versão expandida e melhorada do pensamento do naturalista inglês. Darwin não conhecia, por exemplo, o trabalho do monge austríaco Gregor Mendel (1822-1884), apesar de eles terem sido contemporâneos.
Foi somente no início do século 20 que biólogos do Ocidente tiveram contato com os estudos de Mendel sobre hereditariedade, o que levou ao conceito de gene e ao surgimento da genética. A fusão das ideias propostas pelos dois pensadores começou a ser elaborada na década de 1930 e recebeu o nome de Síntese Evolutiva ou neodarwinista. Em suas elaborações, os biólogos neodarwinistas reservaram para o gene um lugar central.
Mutações na sua estrutura levariam ao aparecimento da grande diversidade de características dos seres vivos, sobre as quais atua a seleção natural. A maior ou menor vantagem adaptativa conferida ao organismo por uma mutação resultaria na variação da frequência da mutação em uma população. Traços como o comportamento social e cooperativo em insetos, animais e até em humanos seriam apenas esforços dos organismos para assegurar a transmissão de suas fitinhas de DNA, mantendo elevadas as frequências daqueles genes.
Essa visão, que muitos taxaram de “genecêntrica”, foi radicalizada pelo inglês Richard Dawkins, que afirmou nos anos 1970 que a preservação das sequências de bases nitrogenadas “é a razão última de nossa existência”, e que todos os organismos são só grandes “máquinas de sobrevivência” do próprio material genético.



Papel dos genes

Provêm justamente do estudo dos genes – mais especialmente da genômica, a disciplina que estuda os mecanismos do genoma (o conjunto de genes) – as novidades que estão pondo em xeque algumas das ideias mais tradicionais sobre evolução. “Antes da genômica, havia poucas formas de pesquisar a evolução experimentalmente”, lembra Ney Lemke, professor do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu e pesquisador na área de redes biológicas. “Ficava-se restrito ao estudo de fósseis, a experimentos de reprodução dirigida e a pouca coisa mais.”
Hoje há várias formas de observar em tempo real o processo de variação e seleção que leva ao surgimento de novas variedades de organismos, como exemplifica o pesquisador. “Alguns experimentos cultivam colônias de bactérias tipo Escherichia coli [comumente encontrada no intestino humano] em laboratório por décadas, monitorando o aparecimento das mutações no genoma e as consequências que elas acarretam para as sucessivas gerações. Isso permite acompanhar a evolução passo a passo e testar modelos para refutá-los ou confirmá-los. A pesquisa sobre evolução passa de um debate qualitativo e abstrato para o âmbito da avaliação quantitativa.”
A pesquisa genômica abriu os olhos dos pesquisadores para uma série de fenômenos de cuja existência nem Darwin nem seus seguidores suspeitavam. São mecanismos como a transmissão horizontal de genes (THG), que consiste na troca de sequências de bases e de pedaços inteiros de genoma entre seres tão diferentes como vírus, bactérias, plantas e animais, incluindo o homem. Ou a metilação de DNA, que permite que indivíduos portadores das mesmas características genéticas apresentem aspectos bem diferentes.

Alguns geneticistas estão repensando até a própria definição de gene

Também surpreendem as grandes diferenças de arranjos na estrutura do genoma que podem ser observadas em espécies que, evolutivamente falando, são muito próximas. E, como se não bastasse todo esse movimento, alguns geneticistas estão repensando até a própria definição de gene.
Quando o Projeto Genoma Humano foi iniciado, em 1990, acreditava-se que ele traria a chave para a compreensão do Homo sapiens. “Na época havia a crença de que a maior parte dos genes se destinava a codificar proteínas. Por isso, uma vez descoberto esse código, esperava-se que seria possível prever o desenvolvimento do indivíduo”, explica Gustavo Maia Souza, professor-colaborador da Unesp de Rio Claro.
Ao longo dos anos 1990 foram anunciadas descobertas de genes supostamente responsáveis por originar as mais diversas características, do alcoolismo à homossexualidade. O projeto chegou ao fim em 2003, e até 2008 resultados mais acurados continuavam sendo divulgados.
Mas, ao longo desses anos, uma reviravolta aconteceu. Em vez dos cerca de 100 mil genes estimados, os biólogos encontraram menos de 30 mil. Descobriu-se que mais da metade não codificava nenhuma proteína, sendo por isso batizada de “DNA lixo”. E mesmo a parte “funcional” do genoma se comportava de modo estranho, com alguns genes se mostrando capazes de codificar mais de uma proteína.
Hoje sabemos que até a posição do gene pode influenciar sua capacidade de dar origem a uma proteína. E que o tal do DNA lixo tem o poder de regular os mecanismos de síntese proteica, estabelecendo os momentos e circunstâncias em que ela vai ocorrer.
“Hoje os geneticistas falam na ação combinada de dezenas ou centenas de genes que interagem simultaneamente para afetar a expressão de uma única característica”, escreve a bióloga israelense Eva Jablonka em seu livro "Evolution in four Dimensions". “Ficou para trás a época em que o genoma era visto como uma biblioteca de genes individuais – unidades autônomas que produzem sempre o mesmo efeito. E se o genoma é um sistema organizado, em vez de apenas uma coleção de genes, então o processo que gera variação pode ser uma propriedade do próprio sistema, que é regulada e modulada pelo genoma e pela célula”, diz ela.



Árvore redesenhada

Tais descobertas estão sendo lentamente assimiladas ao repertório de noções sobre evolução. Uma das primeiras formulações esboçadas é uma crítica à chamada “árvore da vida” – o clássico gráfico que o inglês esboçou para explicar seu pensamento. Acontece que a colocação das espécies distintas em “galhos” divergentes sugere uma transmissão de genes apenas da espécie ancestral para a sucessora, pressupondo um isolamento entre os organismos que não é compatível com o que sabemos agora a respeito da troca horizontal de genes.
A imagem da árvore ficou comprometida. Mais adequado é imaginar uma figura onde os vários galhos estejam ligados uns aos outros"
“Com certeza, no primeiro bilhão de anos após o surgimento da vida, a transferência horizontal de genes era algo muito frequente entre os seres vivos”, explica Aldo Mellender, geneticista e professor de História das Ideias sobre Evolução Biológica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “E mesmo hoje continua havendo grande troca de material por essa via”, diz. “Fenômenos como o aumento de resistência entre bactérias do tipo E. coli se devem à capacidade que elas têm de trocar genes entre si”, complementa Lemke.
“A transmissão horizontal de genes implica que certas características de um organismo são oriundas de outras espécies que vivam no mesmo ambiente. A ideia da árvore da vida não se sustenta”, diz. Mellender concorda: “A imagem da árvore [original] ficou comprometida. Mais adequado é imaginar uma figura onde os vários galhos estejam ligados uns aos outros.”
Outro conceito visado é o de que as transformações nos organismos são gradativas. Em sete oportunidades, Darwin escreveu que "natura non facit saltum" (a natureza não dá saltos). Os seres vivos passariam por pequenas mudanças. Se elas conferissem alguma vantagem adaptativa, seriam acumuladas ao longo do tempo, e o processo eventualmente levaria ao surgimento de novas espécies.
Essa perspectiva foi questionada ainda no século 19 por ninguém menos do que T. H. Huxley, na época o mais destacado defensor das ideias de Darwin. Mas no século 20 o gradualismo foi abraçado pela síntese neodarwinista.
Apesar de proporem algumas mudanças aos preceitos de Darwin e seus seguidores, as críticas não dão suporte aos adversários do evolucionismo, como os adeptos do criacionismo. Pelo contrário, elas reforçam as previsões da seleção natural (Foto: Collection Roger-Viollet/France Presse)
Somente nos anos 1970 o paleontólogo americano Stephen J. Gould (1941-2002) chamaria a atenção para o fato de que há poucos fósseis que retratam a transição entre espécies. Ele procurou formular uma nova teoria, denominada Equilíbrio Pontuado, que sugere que o surgimento de novas espécies ocorre de forma mais rápida. Hoje o argumento fóssil de Gould é complementado pelas evidências genômicas.
A transmissão horizontal faz com que alguns seres vivos subitamente incorporem ao seu genoma genes inteiros de uma espécie diferente. “Também são comuns episódios onde se vê toda a reorganização da estrutura de DNA de um organismo”, diz Lemke. “A evolução embaralha o genoma, reorganiza, faz rearranjos complexos que podem ser comparados a saltos. É um processo muito maior do que só o acúmulo de pequenas mutações”, complementa.
Mellender afirma que mesmo a síntese neodarwinista já falava na possibilidade de eventos rápidos de especiação. E a genômica só tem reforçado a possibilidade. “Um exemplo que vemos de salto é o fenômeno da poliploidia entre os vegetais”, explica. Ele cita o trigo. Os ancestrais da planta tinham 14 cromossomos. Nas gerações seguintes, por problemas de divisão celular e hibridizações, acabaram surgindo indivíduos com 42 cromossomos, configurando uma espécie nova.
Talvez a mudança conceitual mais significativa esteja no papel desempenhado pelo ambiente no processo de evolução. Para Darwin, as condições ambientais atuariam como uma peneira sobre os seres vivos em perpétua transformação, favorecendo algumas características surgidas e descartando outras. Mas os estudos em epigenética têm mostrado que, além de selecionar modificações em organismos, os fatores ambientais têm o poder de causá-las.
Um dos primeiros defensores desta ideia foi o biólogo inglês Conrad Waddington (1905-1975), que cunhou o termo epigenética. Em série de experimentos feitos nos anos 1940, ele expôs larvas de moscas drosófilas a elevadas temperaturas. Como resultado do choque térmico, 40% das moscas, ao se tornarem adultas, demonstravam uma diferença na aparência: não apresentavam mais o característico desenho de veias nas asas. Waddington então fazia com que as moscas com a modificação cruzassem entre si, e submetia a prole ao mesmo tratamento de exposição ao calor. A seguir, repetia o processo de selecionar os espécimes sem sinais de veias e de fazê-los cruzar entre si.
O resultado é que, em cada etapa, crescia o número de indivíduos que, embora possuíssem a configuração genética para tal, não exibiam veias. Em menos de 20 gerações, eles chegaram a constituir 90% da população. Mais impressionante foi constatar que, a partir da 14ª geração, algumas moscas começaram a apresentar a modificação sem nem passarem pela exposição ao calor. Apenas pelo cruzamento, o biólogo obteve uma população com quase 100% dos indivíduos sem marcas nas asas. Em outras palavras, um traço adquirido havia sido assimilado e incorporado pelo mecanismo de hereditariedade, sem que houvesse mutações nos genes. Há ocorrências disso inclusive em humanos.

“Reabilitação” de Lamarck

Essas descobertas de certo modo reabilitam ideias do francês Jean Baptiste de Lamarck (1744-1829), que afirmava que características adquiridas por indivíduos em suas interações com o ambiente podiam ser transmitidas à prole. Ele propunha, por exemplo, que girafas têm pescoço comprido porque seus pais tiveram de se esticar para alcançar alimento nas árvores. Quando Darwin propôs que o ambiente era apenas uma instância de seleção de variações, Lamarck foi posto de escanteio.
Até recentemente a afirmação de que variações adquiridas poderiam ser herdáveis constituía uma heresia grave que não deveria ter lugar na teoria evolutiva"
O pensamento neodarwinista estabeleceu uma profunda separação entre os processos internos que geram o organismo e o mundo exterior. Reunir esses dois elementos é o desafio para os teóricos da evolução do século 21, que poderiam, num gesto surpreendente, adaptar algumas das ideias lamarckistas para a era genômica. “É possível que existam mecanismos lamarckistas que permitam a herança de mudanças genômicas induzidas por fatores ambientais. Mas até recentemente a afirmação de que variações adquiridas poderiam ser herdáveis constituía uma heresia grave que não deveria ter lugar na teoria evolutiva”, escreve Eva Jablonka.
“Para o neodarwinismo, o organismo era um sistema fechado. Tudo o que acontecia nele era decorrência de um código informacional, o genoma”, diz Gustavo Maia Souza. “A epigenética abre o sistema, pois reconhece que os seres vivos, mesmo possuindo uma base genética, dependem também do contexto ambiental. O contexto onde aquele genoma está vai refletir em leituras distintas daquela informação.”Talvez por fruto da herança de Darwin, tenhamos dado ênfase demais a uma visão do ambiente agindo apenas como um filtro. Não está sendo fácil aceitar que ele possa ter um papel muito mais importante do que se pensava anteriormente"
Souza acredita que as novas descobertas irão fazer crescer na biologia os estudos de sistemas complexos, justamente o tema da disciplina que ele ministra em Rio Claro. “Os estudos em epigenética chegam a ser revolucionários”, avalia Mellender. “Estão trazendo uma evidência tão forte que é difícil negar. Talvez por fruto da herança de Darwin, tenhamos dado ênfase demais a uma visão do ambiente agindo apenas como um filtro. Não está sendo fácil aceitar que ele possa ter um papel muito mais importante do que se pensava anteriormente.”
Para Souza, a mudança que se avizinha deverá ser ainda maior. “O pensamento clássico via os genomas como sistemas fechados, é determinista e reducionista: tal gene gera tal proteína”, diz. “A epigenética mostra que os sistemas biológicos, mesmo tendo uma base genética, são dependentes do contexto ambiental.” Com base nisso, ele defende a adoção de uma descrição dos organismos na qual eles sejam vistos como sistemas auto-organizados, de modo que a variabilidade de características dos seres vivos não se deveria à aleatoriedade, mas a propriedades físico-químicas intrínsecas dos organismos.



Ponto contra o criacionismo

É importante ressaltar que tais propostas de revisão crítica das ideias de Darwin em nada beneficiam adversários do pensamento evolucionista como os adeptos do criacionismo ou do Design Inteligente. Muito pelo contrário. Mellender explica que um dos argumentos do DI é que fenômenos como o movimento dos flagelos em micro-organismos se baseiam em interações moleculares tão complexas que não poderiam ter se formado gradualmente. Já teriam surgido “prontos”. Dá-se a este argumento o nome de complexidade irredutível.
Essa nova variante da gripe suína, por exemplo, surgiu da recombinação de três espécies anteriores de vírus, através de um mecanismo que décadas atrás a gente nem sequer suspeitava que existisse"
Mas pesquisadores da genômica já conseguiram formar redes de interação metabólicas altamente complexas, envolvendo mais de 20 mil proteínas. E elas foram formadas por pequenos acréscimos e perdas, exatamente da maneira prevista pelo princípio da seleção natural.Lemke diz que mesmo a nossa visão sobre o funcionamento dos flagelos mudou. “A genômica mostra de forma bastante clara que esse processo ocorreu ao longo de muito tempo. Temos inclusive uma ideia dos passos evolutivos. No caso da E. coli, por exemplo, podemos mostrar que as proteínas que compõem o flagelo ocorrem em outras espécies de bactérias, em muitos casos com funções levemente diferentes”, explica. “A ideia de complexidade irredutível não encontra comprovação empírica”, diz Mellender.
Há quem sustente, porém, que nenhuma grande revisão da síntese neodarwinista seja necessária, pelo menos por enquanto. É o que pensa Guaracy Rocha, coordenador do curso de Ciências Biológicas da Unesp em Botucatu, que há 20 anos ministra a disciplina de evolução. “A essência do pensamento darwinista consiste em afirmar que os organismos se modificam, que essas modificações acontecem por um processo de seleção que atua entre as diversas variantes e que essas variações não ocorrem com fins específicos. Nada disso é contestado pelas descobertas feitas na genômica e na epigenética”, diz.




Crescimento desorganizado afeta paraíso de Darwin Saída para a crise pode estar em Quanto à árvore da vida, Rocha concorda que a imagem não mais representa o conhecimento que temos hoje, embora ressalte que ela traduzia, e bem, o que se sabia na época em que foi proposta. Ele acredita que a principal contribuição trazida pelas pesquisas efetuadas nos últimos anos é a possibilidade de compreender melhor os mecanismos que levam à formação de novas espécies entre as várias formas de seres vivos – um problema, aliás, que Darwin não chegou a solucionar, apesar do título de seu livro.



“Estamos vendo que o processo de surgimento de espécies novas entre os vegetais é totalmente diferente do que se pode observar em bactérias ou em vírus. Essa nova variante da gripe suína, por exemplo, surgiu da recombinação de três espécies anteriores de vírus, através de um mecanismo que décadas atrás a gente nem sequer suspeitava que existisse.”

Ele afirma que Darwin tinha mais interesse por Lamarck do que se pensa hoje em dia, mas contesta a visão de que a epigenética possa levar a uma retomada das ideias do francês. “Já se sabia antes que a expressão do genoma resulta da interação entre este e o ambiente. Mas as mutações nos genes, que podem ou não ser inibidas por fatores ambientais, não surgiram especificamente para atender a nenhuma função. Elas foram produzidas e descartadas pela ação da seleção. E isso não é lamarckismo, é darwinismo”, diz.

Para os defensores de uma revisão da teoria, o problema é que ainda há lacunas a serem preenchidas, como afirma Souza: “Darwin demonstrou de uma forma muito bonita que existe um processo evolutivo. A questão é se ele é geral. As evidências da paleontologia demonstram isso. Agora como isso acontece é que é complicado. A seleção natural é um mecanismo forte, mas não de criação de espécies”.

Diante dessa diversidade de visões, é de se esperar, pelos próximos anos, discussões vigorosas entre as várias correntes, que talvez venham a culminar em uma teoria da evolução 2.0. Mas, independentemente de qual venha a se mostrar predominante daqui a 20 ou 30 anos, tanto umas quanto outras, na verdade, são expressões do profundo valor científico da obra de Darwin.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ser brasileiro é......


CENTRO ADMINISTRATIVO DE UBERLÂNDIA MG - PMU

Viver a vida intensamente, livremente, sem preconceitos.
É um encontro de diversas etnias que pode ser facilmente observado nos traços físicos da população brasileira, que mesmo tendo se “misturado” ao longo dos séculos, ainda traz consigo a herança indígena, européia, africana e asiática.
Sérgio Buarque de Hollanda aponta algumas características de nossa formação social no clássico "Raízes do Brasil". Somos um povo cordial e intimista.
Orgulho-me de ser brasileiro.

domingo, 15 de novembro de 2009

Ser francês é....



"A Marselhesa" é o hino nacional francês, e para ser francês precisa cantar e hidroladar o hino de nossa Nação. Há palavras que, junto com A Marselhesa, são muito citadas: valores, história, tradição, orgulho, nação, pessoas... Três exemplos: a França é um país de raízes cristãs, de riqueza e de luta pelos direitos humanos Universais.

Ser francês consiste em louvar o homem; é amar a diferença, elogiar a tolerância, rechaçar as ditaduras, a corrupção, lutar contra preconceitos, ser livre.

Ser francês é ler e escrever a língua francesa, cantar 'A Marselhesa' nos eventos patrióticos e esportivos, hastear a bandeira, conhecer nossa história, respeitar nosso Estado de direito e amar nossa paisagem.





Para mim, ser francês consiste no orgulho de pertencer à maior nação do mundo, tanto por sua influência quanto por sua história.Ser francês consiste em defender os valores ligados a 1.500 anos de história. Esta pode ser herdada ou merecida. Por isso, ser francês não é só viver na França. É ser consciente e ter orgulho de nossa história comum, participar do desenvolvimento de nosso país, trabalhando e respeitando nossas leis, nossas tradições e cultura.

É preciso que "Se amam as cores da bandeira, que amem também as cores da pele".

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Joia de signo - Descubra qual joia e pedra preciosa tem a ver com seu signo




Em o filme "Os Homens Preferem as Loiras", Marilyn Monroe eternizou a máxima "Diamonds are a girl's best friend". Afinal, uma bela joia pode ser como uma boa amiga que consegue ressaltar nossas características mais marcantes. Presas ao pescoço, pulso, roupas ou dedos, as pedras preciosas são capazes de agregar charme e elegância. Cada peça com seu design, estilo, cor e forma torna-se única quando ostentada por seu/sua don(a).

Se os astros influenciam na maneira de ser de uma pessoa desde o nascimento, por que não também na hora de eleger o adereço para lhe deixar mais bonita? Afinal, as características e personalidade de cada signo podem dizer muito sobre os acessórios que cada uma de nós usa, ou vice e versa, certo?
O astrólogo Dimitri Camiloto revela como as características de cada signo podem estar associadas ao design de uma joia e as pedras preciosas contidas nela. Anota aí:
ELEMENTO FOGO - Sentindo-se responsáveis por carregar a chama da vida, as nascidas sob os signos regidos pelo fogo condizem com joias capazes de expressas seu forte ego. A vontade é de exprimir sua disposição de se sentir de suma importância para a humanidade, mostrar sua certeza de fazer a diferença para o mundo. Gostam de joias que, assim como elas, reafirmem sua fé e suas convicções.
ÁRIES - A ariana acredita trazer consigo a força da existência. Seu signo, regido por Marte, Deus da Guerra, faz com que ela lute pela vida como quem luta pela sobrevivência. Se na lei da selva é cada um por si, ela busca seu destaque na batalha para se manter viva e atuante. Suas joias têm materiais vigorosos e consistentes como os dos chifres do carneiro. Essa força pode trazer aspectos andrógenos e até mesmo masculinos à joia. As cores, longe de serem sóbrias, reverberam toda essa energia. Pedra: Rubi.
LEÃO - Na leonina, a joia é usada para a mais elementar de suas funções: ornamentar. Deve ser algo que resplandeça sua grandeza no mundo, pois a leonina vê sua existência na Terra como um merecimento. Se foi escolhido como o rei da selva, esse leão está no trono que os deuses lhe atribuíram por direito. Logo, merece uma joia que reluza todo esse esplendor. A pedra ganha uma conotação de magnitude, com cores que indiquem a ilustre presença da leonina no mundo. Mulheres certas de sua nobreza, merecem joias tão nobres e glamourosas quanto elas. Pedras: Diamante e Âmbar.
SAGITÁRIO - Aberta de corpo e espírito para o mundo, a sagitariana pode encontrar uma joia a sua altura nos quatro cantos do planeta, por que ela mesma pode pertencer a qualquer um desses cantos. Com alma de viajante, a sagitariana deposita sua atenção sobre o que é exótico e estrangeiro. Não importa de onde venha, desde que não esteja no alcance da sua visão. Sua pedra precisa lhe transportar para longe, atravessar as fronteiras que ela gostaria de desbravar. Por isso, suas joias são resultado da pesquisa de matérias diferentes. Para mulheres convictas como as sagitarianas, essas joias também despendem de matérias-primas fortes e consistentes. Pedra: Turquesa.

ELEMENTO TERRA - As joias dos signos concebidos por este elemento não são reconhecidas por seu valor subjetivo, mas por seu valor material. Os signos da terra se relacionam com os objetos de acordo com sua utilidade. Além das joias servirem como uma decoração para o próprio corpo, são uma moeda de troca, possuem grande valor de mercado. Uma relação de causa e consequência que não se resume apenas no utilitarismo, mas no custo benefício de quem usa a joia.
TOURO - Dos signos terrenos, a taurina é quem detém a maior relação de beleza e charme com sua joia. Ainda ligada à utilidade, tende a ver na produção e no acabamento da joia um trabalho artístico. O valor material aqui não se sobrepõem à estética, mas deve caminhar junto com ela, lado a lado. O valor material será estipulado de acordo com esse trabalho. Sua joia é sofisticada com pedras bem lapidadas. Desenhada com um estilo que consiga passar não só seu requinte, como o quanto foi dispendioso alcançar esse primor. Pedras: Ágata e Esmeralda.
VIRGEM - Organizada, a virginiana leva sua praticidade para seus acessórios. Sua joia deve ser bela, mas nada de exageros ou designs que venham a atrapalhar seus movimentos. Os materiais podem variar, mas as cores devem ser sóbrias e a origem da pedra mais clássicas. Ela jamais usa mais do que a ocasião pede. Por isso, pode ter uma variedade maior de joias. Cada uma específica para uma determinada ocasião. Mas todas elas, sem exceção, não podem chamar mais atenção do que merecem ou ofuscar suas atitudes. Principalmente se essa joia for usada no dia a dia. Pedra: Jaspe.
CAPRICÓRNIO - Semelhante à virginiana quanto à sobriedade de suas cores e formas, a joia da capricorniana precisa que além de prática, lhe traga algum status social. Seus assessórios devem ter um caráter socialmente distintivo que será atribuído principalmente pela escolha da pedra. Fica por conta dela chamar a atenção necessária. Já a praticidade das filhas da terra, fica cargo de um design simples e sofisticado. A escolha da capricorniana se baseia na medida certa do impacto que sua joia deve causar. Pedra: Ônix.
ELEMENTO AR - Se o uso de uma joia pode repassar algum significado, é nos indivíduos regidos pelo ar que esse ofício se faz de maneira mais veemente. Sua joia é um assessório capaz de representar explicitamente uma mensagem. De mostrar um conceito contundente da personalidade de seu dono. Com uma carga tão grande a ser carregada, essas joias tendem a ser muitas. Famosos por garimparem exatamente aquilo que querem, seu porta-joias pode ser bagunçado, mas com toda certeza é bem variado.
GÊMEOS - A geminiana detém o posto de mais jovial do zoodíaco e, por isso, busca referências ingênuas e infantis nos seus assessórios. Característica que se reflete na variedade das cores. Das mais vivas e abertas, às mais claras como as dos quartos de bebês. Longe de ser usada para seduzir, a joia da geminiana pode servir como uma diversão ou como a representação de uma história feliz. E como a juventude admite a abertura a mudanças e a novidades, o assessório não se furta em receber um design mais leve, arrojado e inovador. Pedras: Água-Marinha e Turmalina.
LIBRA - Assim como as taurinas, as librianas se importam com a estética nos seus assessórios. Mas esse bom gosto não pode ser gratuito. A escolha depende da harmonia da jóia com quem vai usá-la. Para a libriana sua joia funciona como uma parceira, que potencializa suas qualidades. Por isso, elegem apenas aquelas que não se choquem com sua figura. Essas joias não são poucas, por que a libriana gosta de se enfeitar. Ela acredita no poder da joia para atrair a atenção alheia. Sabe usá-la a seu favor como uma aliada nas convenções sociais. Portanto, suas joias têm pedras delicadas, porém marcantes. Pedras: Jade e Safira.
AQUÁRIO - Excêntricas, as aquarianas vão buscar no diferente sua expressão. A diferença é exatamente a mensagem que querem passar, pois é ela quem exprime sua individualidade. O transtorno que sua presença causa vem do que a maioria considera esquisito. As cores, as formas e a escolha da pedra não podem ser comuns ou vulgares. Na sua vontade pelo diferente, o design da sua joia pode ir do mais vanguardista ao mais extremo retrô. Por isso, as pedras podem lembrar os filmes de ficção científica ou os clássicos musicais dos Anos 30. Pedra: Opala.
ELEMENTO ÁGUA - O mais emotivo dos quatro elementos da astrologia leva para seus assessórios uma espécie de sentimento estético. Ele imprime suas emoções, sua intuição e imaginação com arte no desenho de suas joias. Detentores de determinismos e sensibilidade na sua personalidade, os nascidos sob os signos deste elemento desejam exprimir sentimentos no estilo de sua joia e na importância da origem das pedras. CÂNCER - Conhecida como a mais carente do zoodíaco, a canceriana expressa sem problemas a ausência daquilo que ela carece. Tanta sensibilidade à flor da pele acabam por influenciá-la a escolher temas infantis que pareçam inocentes ou que remetam à histórias amorosas e familiares. Ela estabelece uma relação quase genealógica com sua joia. Elas devem passar uma espécie de pertencimento a alguém ou a algum lugar. Para isso, as pedras são marcantes, mas o design delicado. Uma união que represente um sentimento doce, como o da geminiana. Mas nesse caso, mais sublime. Pedras: Pérola e Pedra-da-Lua.
ESCORPIÃO - Para a escorpiana, a emoção do elemento água está nos sentimentos do poder e no erotismo, afrodisíacos para a sedução. Por isso, sua joia é usada como uma estratégia para alcançar seu objetivo: impressionar. Nessa batalha na conquista de todas as atenções, também regida por Marte, Deus da Guerra, as pedras podem ser ousadas e a cores passearem pela palheta do vermelho. É na escorpiana que a extravagância da joia pode ser mais encontrada, mas o tamanho e a matéria-prima não importam, desde que sejam provocadores a ponto de seduzir. Pedra: Topázio.
PEIXES - Sonhadora, a pisciana deixa a imaginação à solta mesmo na hora de se enfeitar. Sua extravagância está na originalidade dos assessórios. A relação da pisciana com sua joia tem um caráter mais do que emocional: espiritual. Pode ser uma pedra indiana, ou um crucifixo, não importa. Dos três signos do elemento água, é no de peixes que a arte está mais explícita no que diz respeito a transcendência. Sua joia transcende o lugar de ornamento e é alçado ao patamar de fantasia. E assim faz daquela que a ostenta se fantasiar também. Pedra: Ametista.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Primeiro pouso tripulado na Lua completa 40 anos neste mês


Gestos como o de Aldrin marcaram cada passo da viagem da Apollo 11, liderada por Neil Armstrong e também com a participação de Michael Collins (que ficou cuidando do módulo de comando, em órbita da Lua, e acabou não pisando no solo lunar). Apesar da corrida espacial e do clima de rivalidade entre americanos e soviéticos que marcava o mundo 40 anos atrás, o governo dos EUA, a direção da Nasa e os próprios astronautas fizeram de tudo para retratar sua jornada como um marco do potencial pacífico da humanidade inteira -- e, em grande parte, conseguiram.

O local escolhido para o pouso foi uma área no sul da região lunar conhecida como Mar da Tranquilidade, que sondas robóticas tinham analisado e considerado relativamente plana e pouco acidentada anos antes. A ideia era evitar que os astronautas tivessem grandes problemas com o pouso e nas caminhadas lunares.

Durante a descida, alguns sustos: o computador de bordo do Módulo Lunar deu uma série de alarmes, por causa da incapacidade da máquina, um bocado primitiva para os padrões de hoje, de lidar com todos os dados que estava recebendo ao mesmo tempo -- algumas das tarefas do computador tinham de ser adiadas. No fim da descida, os astronautas Armstrong e Aldrin só tinham 25 segundos de combustível sobrando para o trajeto.
Armstrong confirmou a descida segura com a frase: "Houston, aqui Base da Tranquilidade. A águia pousou [referência ao nome 'Eagle', ou Águia, dado ao Módulo Lunar]". Após uma certa dificuldade para atravessar a escotilha do módulo, os astronautas se puseram a explorar as vizinhanças do local de pouso. Recolheram amostras do solo (descrito como "quase um pó" por Armstrong), instalaram um sismógrafo, fincaram a bandeira americana e falaram com o presidente americano de então, o republicano Richard Nixon. O chão lunar era escorregadio, mas a gravidade muito inferior à da Terra facilitava os movimentos, e Aldrin chegou a treinar uma espécie de "movimento canguru".

Além da bandeira dos EUA, os astronautas deixaram para trás uma placa com um desenho de ambos os hemisférios da Terra e a mensagem "Aqui homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua, em julho de 1969 d.C. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade". Para confirmar o propósito pacífico, também ficou para trás uma réplica de ouro de um ramo de oliveira, tradicionalmente um emblema de paz desde a Antiguidade. O dia terminou da forma mais prosaica imaginável: uma soneca de sete horas dos astronautas dentro do módulo.

sábado, 11 de julho de 2009

Elvis Presley não morreu?


Elvis Presley desfruta de sua riqueza vivendodisfarçado em alguma ilha tropical.


Nos dez anos seguintes a sua morte, Elvis foi visto em pelo menos duas dezenas de milhares de ocasiões pelo mundo. E isso são somente os testemunhos que chegaram ao FBI, a polícia federal norte-americana. Para muitos fãs, o Rei do Rock estava cansado dos infortúnios da fama e teria simulado a própria morte para desfrutar de sua riqueza anonimamente em algum local paradisíaco.Mas, será que ele tramaria o seu desaparecimento deste planeta com um ataque do coração no banheiro de Graceland? Não parece ser de seu feitio. Para alguém tão emocional e vaidoso como o Rei do Rock, seria mais cabível planejar uma morte glamourosa e comovente. Como num acidente em que estivesse pilotando um de seus carrões ou de uma parada cardíaca durante um show, ao cantar algum de seus sucessos românticos, como “Love Me Tender” ou “Suspicious Mind".Apesar disso, não pararam de surgir teorias bizarras que sustentam que Elvis está vivo. Uma delas diz que o Rei do Rock era um agente disfarçado da agência anti-drogas americana e que descoberto pela Máfia teve de simular a própria morte. Para sustentar essas versões, até detalhes do funeral são considerados. Segundo alguns dos presentes, o caixão pesava em torno de 400 quilos (o que é compreensível por conta da obesidade de Elvis na época) e estranhamente tornava o ar em torno dele mais frio. Na opinião dos teóricos da conspiração, no entanto, isso significa que no caixão havia um boneco de cera imitando o Rei, conservado por um sistema de refrigeração, que tornava o caixão tão pesado e o ar resfriado. Daí também a razão da cerimônia ter sido tão rápida.No imaginário dos fãs e na comercialização de sua imagem, Elvis, de fato, não morreu. As vendagens de produtos associados a ele (de CDs a biografias) e a sua onipresença na cultura pop mostram que, seja numa outra dimensão ou em algum paraíso tropical, Elvis ainda está muito vivo por aqui.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Como surgiram os nomes das cores?


SORRISO AMARELO
Na Antiguidade, pensava-se que a icterícia, uma doença que deixa as crianças amareladas, vinha da bílis, secreção produzida pelo fígado que era chamada "humor amargo". No latim, amargo era amargus, que no diminutivo virava amarellus, que acabou virando amarelo

AGENTE LARANJA

Quando os árabes resolveram fazer uma "visitinha" à Europa, trouxeram na bagagem a fruta laranja - nárandja, em árabe. De lambuja, acabaram batizando a cor

CARTA BRANCA

Em geral, dizemos que algo bem liso e brilhante é "branquinho". Os latinos também achavam isso e pegaram o germânico blank, que significa polido, para falar da cor. Aliás, o termo "armas brancas", usado para facas e punhais, vem daí: branco de polido, reluzente

NO "APRETO"

O nome da cor preta vem do latim appectoráre, que queria dizer "comprimir contra o peito". Como assim? É que, com o tempo, o appectorár virou apretar. E, por uma analogia muuito criativa, deu no preto, querendo dizer algo denso, espesso, "apertado"

SANGUE AZUL

Foi uma pedra preciosa chamada lápis-lazúli que batizou a cor azul. Lápis não conta, porque já queria dizer pedra em latim, mas o lazúli veio do árabe lázúrd, nome da rocha azulada. Em latim, o que era pedra continuou pedra, e a cor ficou simplesmente azul

MARROM-GLACÊ

A castanha portuguesa, aquela do Natal, chama-se marron, em francês. E foi da cor desse fruto que veio o nosso marrom. Aliás, o marrom-glacê é isso: um doce escuro feito de castanha portuguesa

MASSA CINZENTA

O cinza nasceu daquela massa de pó misturado com brasas que sobra no fim das fogueiras. Por associação, a palavra latina cinisia, que queria dizer cinzas, transformou-se também no nome do tom preto-claro

VERMELHO-SANGUE

Antigamente, como ninguém conhecia urucum nem pau-brasil na Europa, o único jeito de fazer tinta vermelha era usar um inseto - hoje chamado de cochonilha - que, esmagado, virava um vermelhão. O nome dessa cor vem do latim vermiculum, vermezinho

VERDES ANOS

Aqui chegamos a uma das poucas cores que já nasceu cor. O verbo latino vivere significava estar verde, verdejar. Dele é que nasceu a associação do verde com algo que está nascendo, que ainda não está pronto

CONSULTORIA - Mário Viaro, filólogo da Universidade de São Paulo (USP)

sábado, 4 de julho de 2009

Estátua da Liberdade



A Liberdade Iluminando o Mundo, mais conhecida como Estátua da Liberdade, está na entrada do Porto de New York desde 28 de outubro de 1886, sendo reconhecida em todo o mundo como um símbolo dos EstaodOS Unidos. Comemora o centenário da assinatura da Declaração da Independência dos Estados Unidos e é um gesto de amizade da França para com os Estados Unidos. Projetada e construída pelo escultor alsaciano Frédéric Auguste Bartholdi (1834-1904), que supostamente usou sua mãe como modelo. Para a construção da estrutura metálica interna da estátua, Bartholdi contou com a assistência do engenheiro francês Gustave Eiffel (mesmo projetista da Torre Eiffel).Foi um presente dado por Napoleão III, como prémio aos Estados Unidos após uma batalha vencida contra a Inglaterra.O historiador francês Edouard de Laboulaye foi quem primeiro propôs a idéia do presente, e o povo francês arrecadou os fundos para que, em 1875, a equipe do escultor Frédéric Auguste Bartholdi começasse a trabalhar na estátua colossal.O projeto sofreu várias demoras porque naquela época não era politicamente conveniente que, na França imperial, se comemorassem as virtudes da ascendente república norte-americana. Não obstante, com a queda do Imperador Napoleão III, em 1871, revitalizou-se a idéia dum presente aos Estados Unidos. Em julho daquele ano, Bartholdi fez uma viagem aos Estados Unidos e encontrou o que ele julgava ser o local ideal para a futura estátua - uma ilhota na baía de Nova Iorque, posteriormente chamada Ilha da Liberdade (batizada oficialmente como ilha Liberty em 1956).Cheio de entusiasmo, Bartholdi levou avante seus planos para uma imponente estátua. Tornou-se patente que ele incorporara símbolos da Maçonaria em seu projeto - a tocha, o livro em sua mão esquerda, e o diadema de sete espigões em torno da cabeça, como também a tão evidente inspiração ligada à deusa Sophia, que compõem o monumento como um todo. Isto, talvez, não era uma grande surpresa, visto ele ser maçom. Segundo os iluministas, por meio desta foi dado "sabedoria" nos ideais da Revolução Francesa. O presente monumental foi, portanto, uma lembrança do apoio intelectual dado pelos americanos aos franceses em sua revolução, em 1789.Cromolitógrafo da Currier & Ives publicado um ano antes da estátua ser erguida. Manhattan e a Ponte do Brooklyn são vistas em segundo plano.Funcionou como farol de 1886 a 1902, sendo o primeiro farol a ter utilizado energia elétrica. O ato de sabotagem dos alemães na Primeira Guerra Mundial, conhecido como a explosão Black Tom, causou um prejuízo de US$ 100.000, danificando a saia e a tocha. Desde então não é mais permitida a visitação da tocha.Um primeiro modelo da estátua, em escala menor, foi construído em 1870. Esta primeira estátua está agora no Jardin du Luxembourg em Paris. Um segundo modelo, também em escala menor, encontra-se no nordeste do Brasil, em Maceió. Esse modelo, feito pelo mesmo escultor e pela mesma fundição da estátua original, está em frente à primeira prefeitura da cidade, construída em 1869, onde hoje é o Museu da Imagem e Som de Alagoas.[carece de fontes?]A estátua sofreu uma grande reforma em comeração do seu centenário. A estátua foi reinaugurada em 3 de julho de 1986, ao custo de 69,8 milhões de dólares. Foi feita uma limpeza geral na estátua e sua coroa, corroída pelo tempo, foi substituida. A coroa original está exposta no saguão. Na festa da restauração, foi feita a maior queima de fogos de artifício já vista nos Estados Unidos até então.Depois do atentado terrorista contra o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, que resultou no desabamento das torres gêmeas, a visitação a coroa foi proibida, por motivos de segurança.Porém, em 4 de julho de 2009[2], a visitação a coroa será reaberta, depois de 8 anos fechada ao público.A estátua mede 46,50 metros (92,99 m contando o pedestal). Apenas seu nariz mede 1,37 metro. Pesa 158 t repartidas no esqueleto de aço (127 t) e na estátua de cobre (31 t) e veio da França desmontada em 214 pacotes, é a escultura mais pesada do mundo com 225 toneladas segundo o Livro Guinness dos Recordes e, ficou entre os semi-finalistas do concurso das sete maravilhas do mundo moderno.São 167 degraus de entrada até o topo do pedestal. Depois são mais 168 degraus até a cabeça. Por fim, outros 54 degraus levam à tocha. A coloração verde-azul é causada por reações químicas, o que produziu sais de cobre e criou a atual tonalidade. Registros históricos não fazem qualquer menção da fonte de fios de cobre usados na Estátua da Liberdade, mas se suspeita que sejam provenientes da Noruega.Frase escrita no pedestal antigamente:Venham a mim as massas exaustas, pobres e confusas ansiando por respirar liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade. Eu os guio com minha tocha.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Festa Junina Educativa



Qual o significado da festa. Você conhece as origens das festas juninas? Sabe por que comemos tantas iguarias de milho e de onde vêm as danças? E o colégio do seu filho, aproveita as festas juninas para preencher buracos na grade horária e engordar o caixa ou utiliza os festejos para ensinar alguma coisa para as crianças?

Embora seja uma tradição consagrada e rica da cultura popular, muitas escolas organizam festas de São João, Santo Antonio e São Pedro que pouco, ou nada, contribuem para a aprendizagem dos alunos.


1. Procurar o sentido original da festa

Qual a origem da festa junina? Descobrir isso pode ser o primeiro passo para a contextualização da festa. E é importante motivar os alunos a buscarem esta resposta. Saber que a tradição vem dos festejos de agradecimento aos santos pela colheita do meio do ano e que, por isso, a maioria dos quitutes é feita de milho, por exemplo, pode despertar neles o interesse pela história.

2. Descaricaturizar o homem do campo

Homem do campo não é Jeca Tatu. É importante apresentar o campo de uma nova maneira. Tirar o olhar de deboche sobre o caipira, manifesto muitas vezes pelas roupas exageradas ou por posturas imbecilizadas.

3. Resgatar as manifestações culturais

Um dos elementos mais importantes das festas juninas são as danças e as músicas populares. Muitas escolas contratam profissionais especializados em cultura popular para valorizar e aprofundar esse universo e desenvolver com os alunos as danças e as canções típicas. Elas não se limitam a contratar sanfoneiros e conjuntos para meras apresentações, fazem mais: colocam os alunos para dançar e até para criar as músicas.
A festa junina pode ser ótima oportunidade também para apresentar novos instrumentos musicais para as crianças.


4. Envolver os estudantes no assunto

Como motivar os estudantes e trazê-los para o projeto? A escola Viva, de São Paulo, utilizou, neste ano, um recurso muito simples: fixou painéis por toda a escola. Os cartazes, confeccionados pelos próprios alunos, traziam curiosidades e atraiam a atenção para o evento.

5. Trazer os alunos para a preparação da festa

As festas juninas escolares devem ser feitas por e para os alunos. O objetivo é estimular o senso de autonomia e de cooperação, reforçando a importância do trabalho comunitário na escola. Para isso, é importante envolver os estudantes em todo o processo, desde a confecção dos estandartes e bandeirinhas à organização das brincadeiras.

6. Associar o conteúdo escolar à festa junina

A preparação da festa pode e deve estar atrelada ao conteúdo aplicado em sala de aula. Na escola Oswald de Andrade, por exemplo, cada classe é responsável por uma barraca e cada barraca apresenta transversalmente o projeto trabalhado em classe. "A turma que está estudando os alimentos..

7. Valorizar o brincar

Uma das tradições da festa junina são as brincadeiras: pescaria, boca do palhaço, jogo da argola, corrida de sacos, pau de sebo, entre outros. Os jogos juninos são a grande diversão da garotada e podem ser uma boa maneira de transmitir valores de cidadania para os alunos. Dois bons exemplos de valorização do lúdico acontecem nas escolas Vera Cruz e Oswald. Na primeira, as próprias crianças são responsáveis pela confecção das prendas.

8. Estimular a participação da família

A participação dos pais e familiares é importante para as festas juninas em vários aspectos. Para começar, quando comparecem os pais estimulam a criança e reforçam a auto-estima. Mas eles também podem contribuir na organização. No Colégio Oswald de Andrade, por exemplo, os pais conjuntamente com os filhos são convidados a preparar e a trazer os comes e bebes.

9. Não fazer a festa no horário das aulas

É muito importante não atrapalhar a rotina e a programação escolar por causa da festa. A começar pela escolha da hora e da data do evento. Não pode ser no horário letivo. O melhor é fazer aos sábados, domingos ou depois das aulas. "Nunca fazemos nossas festas em período letivo, temos um programa a seguir e não descumprimos.

10. Não usar a festa para arrecadar dinheiro

A festa junina não pode ser apenas um pretexto para se arrecadar dinheiro para melhorias na escola. Precisa se auto-sustentar, é claro, mas não precisa gerar lucro. Algumas escolas, como a escola da Vila, em São Paulo, preferem utilizar a festança para juntar recursos para instituições de caridade.

terça-feira, 16 de junho de 2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Simpatias de Santo Antonio


A devoção surgiu no século XII, quando Santo Antônio presenteava as moças sem dote para elas se casarem
Na tradição popular, Santo Antônio é o casamenteiro. A devoção tem origem no século XII, graças à generosidade com que o frei presenteava as jovens sem dote para que elas pudessem se casar.

Segundo conta outra lenda, uma moça, cansada de rezar e esperar que o santo a ouvisse, atirou a sua imagem pela janela. A estatueta bateu na cabeça de um homem rico, que logo se apaixonou por ela. A partir desses "causos", Santo Antônio, festejado em 13 de junho, não teve mais descanso e, até hoje, recebe muitos pedidos. Aqui, a escritora esotérica Monica Buonfiglio ensina algumas simpatias deliciosas, em homenagem ao padroeiro, para se encontrar a cara-metade.

1-Três copos e uma aliança
Você utilizará três copos: um vazio, outro com água limpa e o terceiro contendo água com um punhado de terra (que representa dinheiro). Peça a alguém que vende seus olhos e coloque uma aliança em suas mãos, unidas como quem vai brincar de passa-anel. Em seguida, essa pessoa troca os copos de lugar e pergunta diante de um dos copos: "É neste que deseja soltar a aliança?" E continua, até você escolher em qual deixará a jóia. Se a aliança cair no copo vazio, indica que não encontrará alguém especial neste ano. No copo com água, conhecerá seu namorado ainda neste ano. E se for no copo com o punhado de terra, isto revela que em breve você conquistará uma pessoa madura e com posses.


2-Numa fria
Olhe o Santo Antônio de pertinho e diga que, enquanto ele não lhe arrumar um namorado, ficará na geladeira. E depois ponha-o no congelador. Dizem que funciona depressinha!

3-Sem o Menino Jesus
Esta simpatia consiste em retirar o Menino Jesus que está nos braços de Santo Antônio e dizer ao santo que, se ele não arrumar um namorado para você, também não terá o pequeno de volta. Assim que conseguir um amor, devolva rapidamente a pequena imagem ao seu lugar.

4-De cabeça para baixo
Coloque a imagem de cabeça para baixo dentro de um copo contendo água ou cachaça (oh, crueldade!). E prometa deixar o santinho nessa triste situação até encontrar seu amor. Também garantem, a resposta virá logo.


5-Com a nota de R$ 1
No dia 12 de junho, coloque uma nota de R$ 1 entre o estrado da sua cama e o colchão. No dia seguinte, ao sair de casa, dê a cédula ao primeiro mendigo que encontrar e pergunte seu nome. Pode ser que seu próximo amor tenha o mesmo nome dele. E você poderá verificar o tempo que vai demorar para conhecer essa pessoa, por meio da primeira vogal do nome do pedinte: A - dentro de um mês; E - em dois meses; I - em três meses; O - em quatro meses; e U - em cinco meses.


6-Rumo ao altar
No dia de Santo Antônio, 13 de junho, coloque duas agulhas iguais dentro de uma bacia com água contendo duas colheres de açúcar. Se no dia seguinte elas estiverem juntas, isso simboliza que o casamento está próximo.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A origem do bolo de aniversário




Delicioso costume teve origem nas oferendas feitas aos deuses da Antiguidade.
Celebrar uma data importante com direito a guloseimas tem sua provável origem nas festas de culto aos deuses da Antiguidade. Agradeça à deusa Ártemis, celebrada pelos gregos como a matrona da fertilidade, pelo aparecimento do bolo de aniversário. Ele é provavelmente a evolução de um preparado de mel e pão, no formato de uma lua, que fiéis levavam ao famoso templo em homenagem a ela em Éfeso, antiga colônia grega na atual Turquia.

Há especialistas que defendem outra teoria. Segundo ela, a tradição surgiu na Alemanha medieval, onde se costumava preparar uma massa de pão doce no formato do menino Jesus no Natal. Depois essa guloseima seria adaptada para a comemoração do aniversário de crianças.

Já o uso de velas também teria sido herdado do culto aos deuses antigos, que tinham a missão de levar, por meio da fumaça, os desejos e as preces dos fiéis até o céu, para que eles fossem atendidos.

Mas e as festas de aniversário? Até hoje, não se sabe a data exata de quando os nascimentos começaram a ser celebrados. Ainda nos dias atuais, a comemoração é um costume ocidental nem sempre seguido por outros povos. No Vietnã, por exemplo, os aniversários não são comemorados individualmente no dia do nascimento – e sim coletivamente, no ano-novo vietnamita, que segue o calendário lunar e acontece, em geral, entre os nossos 21 de janeiro e 9 de fevereiro.

Embora não saibam exatamente quando a tradição surgiu no Ocidente, os historiadores sabem que a festa já era conhecida na Antiguidade. “Os romanos não apenas comemoravam o dia do nascimento como tinham um nome para a festa: dies sollemnis natalis”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Universidade Estadual de Campinas. “Há, por exemplo, um registro do século 2 em que uma cidadã chamada Cláudia Severa convida sua amiga Sulpícia Lepidina para a comemoração”, diz.

Outra tese que reforça a idéia de que foram os romanos os difusores dessa tradição é a existência de túmulos que registram com precisão o número de anos, meses e dias no sarcófago – o que indica que eles sabiam o dia exato do nascimento do sujeito.

domingo, 24 de maio de 2009

MARCEL DUCHAMP


Urinol de Marcel Duchamp

MARCEL DUCHAMP

Artista francês, Marcel Duchamp nasceu em Blainville, França, a 28 de julho de 1887, e morreu em Nova York, EUA, em 2 de outubro de 1968. Irmão do pintor Jacques Villon (Gastón Duchamp) e do escultor Raymond Duchamp-Villon. Freqüentou em Paris a Academie Julian, onde pinta quadros impressionistas, segundo ele, "só para ver como eles faziam isso".
Em 1911-1912 suas obras "O rei e a rainha cercados de nus" e "Nu descendo uma escada" estão na confluência entre o Cubismo e o Futurismo. São quadros simultaneistas, análises do espaço e do movimento. Mas já se destacam pelos títulos, que Duchamp pretende incorporar ao espaço mental da obra.
Entre 1913-1915 elabora os "ready-made", isto é, objetos encontrados já prontos, às vezes acrescentando detalhes, outras vezes atribuindo-lhes títulos arbitrários. O caso mais célebre é o de "Fonte", urinol de louça enviado a uma exposição em Nova York e recusado pelo comitê de seleção. Os títulos são sugestivos ou irônicos, como "Um ruído secreto" ou "Farmácia". Detalhe acrescentado em um "ready-made" célebre: uma reprodução da Gioconda, de Leonardo da Vinci, com barbicha e bigodes.
Então, qual o significado do "ready-made"? Segundo o crítico e historiador de arte Giulio Carlo Argan, os "'ready-mades' podem ser lidos como gesto gratuito, como ato de protesto dessacralizante contra o conceito 'sacro' da 'obra de arte', mas também como vontade de aceitar na esfera da arte qualquer objeto 'finito', desde que seja designado como 'arte' pelo artista".
Esses "ready-mades" escondem, na verdade, uma crítica agressiva contra a noção comum de obra de arte. Com os títulos literários, Duchamp rebelou-se contra a "arte da retina", cujos significados eram só, segundo ele, impressões visuais. Duchamp declarou preferir ser influenciado pelos escritores (Mallarmé, Laforgue, Raymond Roussel) - e não pretendia criar objetos belos ou interessantes. A crítica da obra de arte se estendia à antítese bom gosto-mau gosto.
Entre 1915 e 1923 o artista dedicou-se à sua obra principal, "O grande vidro", pintura a óleo sobre uma placa de vidro duplo dividido em duas seções. A parte superior chamou de "A noiva desnudada pelos seus celibatários, mesmo"; e a inferior, "Moinho de chocolate". Toda a obra é um pseudomaquinismo: a "noiva" é um aparato mecânico, assim como os "celibatários". Contendo vários níveis de significação, várias hipóteses foram formuladas pela crítica para descobrir o sentido de sua complicada mitologia.
Para Giulio Carlo Argan, "O grande vidro" foi desenvolvido "em torno de significados erótico-místicos, joga com a transparência do espaço, com o significado alquímico e simbólico, com o conceito de 'andrógino', inato em todos os indivíduos".
Coincidir arte e vida
Após "O grande vidro", Duchamp dedicou-se aos mecanismos ópticos - que chamou de "rotorrelevos". Em 1941 executa uma "caixa-maleta", contendo modelos reduzidos de suas obras, e, em 1943, a "Caixa verde", contendo fotos, desenhos, cálculos e notas.
A partir de 1957 vive em Nova York, dedicando-se à sua paixão pelo jogo de xadrez. Seu silêncio parece uma redução da capacidade inventiva, mas após sua morte descobre-se que o artista estivera trabalhando secretamente na construção de um "ambiente": um quarto fechado onde repousa uma figura em cera, cercada de vegetações. O ambiente só pode ser visto, por determinação do artista, por um orifício da porta.
A obra de Duchamp, reduzidíssima, foi menos obra do que uma atitude, um gesto crítico radical, mas em muitas declarações o artista recusou-se a ser visto como um destruidor. A atitude crítica de Duchamp ainda repercute, tantos anos depois de suas criações radicais.
Na opinião de Giulio Carlo Argan, "talvez a obra de Duchamp alquímica por excelência seja toda a sua vida, que serve de modelo para todas as novas vanguardas do segundo pós-guerra, do 'New Dada' às experiências de recuperação do corpo como expressão artística, na intenção de fazer coincidir arte e vida".

Qual era a proposta do Dadaísmo de levar objetos comuns para os museus?
O Dadaísmo surge numa conturbada esfera político-social. O massacre da Primeira Guerra Mundial afetou os artistas de maneiras diferentes. Alguns sentiram, como Mondrian, que o crescimento do ser humano dependia da criação de um modo de vida impessoal e mecanizado, enquanto que outros concordavam com Dix, acreditando que ele dependia de se chamar atenção para os problemas políticos. Outros chegaram à conclusão de que a própria idéia de crescimento do ser humano era uma ilusão sem sentido. Para esse grupo, a maior lição da guerra, se é que houve alguma, foi a falência da razão, da política, da tecnologia e até mesmo da própria arte. A partir dessa premissa, vários artistas e poetas criaram o dadaísmo, um movimento cujo nome propositadamente não significava nada e cujos membros ridicularizavam qualquer coisa que se relacionasse à cultura, política ou estética. Inicialmente centralizado em Zurique, na Suíça, o dadaísmo se espalhou mais tarde por Berlim, Paris e Nova York. Entre seus adeptos estavam o poeta e o artista alemães Hugo Ball e Kurt Schwitters, o poeta e o artista romenos Tristan Tzara e Marcel Janco, o artista americano Man Ray e os artistas franceses Jean Arp, Marcel Duchamp e Francis Picabia. Os dadaístas se opunham à concepção de arte ou de poesia criando colagens a partir de sucata velha. Também escreviam poemas satíricos usando palavras aleatórias. Alguns dos artifícios criativos mais comuns dos dadaístas eram o acaso e a eventualidade. A fonte (1917, Museu de Arte Moderna, Nova York), de Marcel Duchamp, foi uma das primeiras obras dadaístas particularmente influente. Trata-se de um urinol, produzido em massa, que foi transformado em obra de arte simplesmente por ter sido exposto em uma galeria e por ter recebido um novo título. Duchamp queria ridicularizar as concepções tradicionais sobre arte, criatividade e beleza. O artista — apesar de Duchamp ter sempre negado ser um artista — não criava mais obras de perfil estético baseadas em inspiração ou talento, mas selecionava objetos do uso cotidiano pré-fabricados. E ainda que esses objetos, que Duchamp considerava acabados e prontos para o uso, fossem originalmente funcionais, ele negava sua função utilitária ao inseri-los em um novo contexto — uma galeria ou um museu — e ao mudar seus títulos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

OS TRINTA E CINCO CAMELOS - Malba Tahan

Poucas horas havia que viajávamos sem interrupção, quando nos ocorreu uma aventura digna de registro, na qual meu companheiro Beremiz, com grande talento, pôs em prática as suas habilidades de exímio algebrista.
Encontramos, perto de um antigo caravançará meio abandonado, três homens que discutiam acaloradamente ao pé de um lote de camelos. Por entre pragas e impropérios, gritavam possessos, furiosos:
— Não pode ser!
— Isto é um roubo!
— Não aceito!
O inteligente Beremiz procurou informar-se do que se tratava.
— Somos irmãos — esclareceu o mais velho — e recebemos como herança esses 35 camelos. Segundo a vontade expressa de meu pai, devo eu receber a metade, o meu irmão Hamed Namir uma terça parte, e ao Harim, o mais moço, deve tocar apenas a nona parte. Não sabemos, porém, como dividir dessa forma 35 camelos. A cada partilha proposta, segue-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio! Como fazer a partilha, se a terça parte e a nona parte de 35 também não são exatas?
— É muito simples — atalhou o “homem que calculava”. — Encarregar-me-ei de fazer com justiça essa divisão, se permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança este belo animal, que em boa hora aqui nos trouxe.
Neste ponto, procurei intervir na questão:
— Não posso consentir em semelhante loucura! Como poderíamos concluir a viagem, se ficássemos sem o nosso camelo?
— Não te preocupes com o resultado, ó “bagdali”! — replicou-me, em voz baixa, Beremiz. — Sei muito bem o que estou fazendo. Cede-me o teu camelo e verás, no fim, a que conclusão quero chegar.
Tal foi o tom de segurança com que ele falou, que não tive dúvida em entregar-lhe o meu belo jamal, que imediatamente foi reunido aos 35 ali presentes, para serem repartidos pelos três herdeiros.
— Vou, meus amigos — disse ele, dirigindo-se aos três irmãos — fazer a divisão justa e exata dos camelos, que são agora, como vêem, em número de 36.
E voltando-se para o mais velho dos irmãos, assim falou:
— Deves receber, meu amigo, a metade de 35, isto é, 17 e meio. Receberás a metade de 36, ou seja, 18. Nada tens a reclamar, pois é claro que saíste lucrando com esta divisão.
Dirigindo-se ao segundo herdeiro, continuou:
— E tu, Hamed Namir, devias receber um terço de 35, isto é, 11 e pouco. Vais receber um terço de 36, isto é, 12. Não poderás protestar, pois tu também saíste com visível lucro na transação.
E disse, por fim, ao mais moço:
— E tu, jovem Harim Namir, segundo a vontade de teu pai, devias receber uma nona parte de 35, isto é, 3 e pouco. Vais receber um terço de 36, isto é, 4. O teu lucro foi igualmente notável. Só tens a agradecer-me pelo resultado.
Numa voz pausada e clara, concluiu:
— Pela vantajosa divisão feita entre os irmãos Namir — partilha em que todos os três saíram lucrando — couberam 18 camelos ao primeiro, 12 ao segundo e 4 ao terceiro, o que dá um total de 34 camelos. Dos 36 camelos sobraram, portanto, dois. Um pertence, como sabem, ao “bagdali” meu amigo e companheiro; outro, por direito, a mim, por ter resolvido a contento de todos o complicado problema da herança.
— Sois inteligente, ó estrangeiro! — confessou, com admiração e respeito, o mais velho dos três irmãos. — Aceitamos a vossa partilha, na certeza de que foi feita com justiça e eqüidade.
E o astucioso Beremiz — o “homem que calculava” — tomou logo posse de um dos mais belos camelos do grupo, e disse-me, entregando-me pela rédea o animal que me pertencia:
— Poderás agora, meu amigo, continuar a viagem no teu camelo manso e seguro. Tenho outro, especialmente para mim.
E continuamos a nossa jornada para Bagdá.


(Malba Tahan, Seleções - Os melhores contos – Conquista, Rio, 1963)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Lenda do Boto



Segundo se conta na Amazônia, os botos do rio Amazonas fazem charme para as moças que vivem em vilas e cidades à beira-rio. Eles as namoram e, depois, tornam-se os pais de seus filhos!

No início da noite, o boto se transforma em um belo homem e sai das águas, muito bem vestido e de chapéu, para esconder o buraco que todos os botos têm no alto da cabeça (o buraco serve para respirar o ar, já que os botos são mamíferos e têm pulmões, como você). O rapaz-boto vai aos bailes, dança, bebe, conversa e conquista uma moça bonita. Mas, antes do dia surgir, entra de novo na água do rio e se transforma de novo em um mamífero das águas.

O boto verdadeiro
O verdadeiro boto é um mamífero da ordem dos cetáceos. Há um grupo deles que vive exclusivamente em água doce, de rio. O que vive na América do Sul tem o corpo alongado, de dois a três metros de comprimento. Tem grandes nadadeiras peitorais e cerca de 134 dentes. São cinzentos, mas clareiam com a idade e ficam cor-de-rosa!

Botos comem peixes e, às vezes, frutos que caem no rio. A fêmea tem um filhote, que permanece ao seu lado até ficar adulto.

Parece que as lendas sobre "botos-homens" só surgiram no Brasil a partir do século XVIII. Pelo menos, nenhum pesquisador encontrou registros mais antigos dessa lenda! Mas, na mitologia dos índios tupis, há um deus - o Uauiará - que se transforma em boto. Esse deus adora namorar belas mulheres.


Até hoje, mães solteiras na região do Amazonas dizem que seus filhos são filhos "do boto"! O olho do boto, seco, é considerado um ótimo amuleto para conseguir sucesso no amor. Se o homem quer conquistar uma mulher, dizem que ele deve olhar para ela através de um olho de boto. Desse jeito, ela não vai poder resistir - e vai ficar perdidamente apaixonada...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Castelo que inspirou um conto de fadas - Neuschwanstein - Alemanha




Um castelo que inspirou um conto de fadas clássico atrai centenas de turistas a uma região no extremo sul da Alemanha.
Imponente, místico, romântico, qualquer castelo pode ter uma dessas características, mas somente um reúne todas as qualidades atribuídas aos grandes palácios dos contos de fadas.
Neuschwanstein, o castelo que simboliza o poder, a glória e a riqueza do antigo reino da Baviera, atualmente um estado no extremo sul da Alemanha.
Com suas torres arranhando o céu, este castelo inspirou artistas mundo afora, mas nada comparado ao famoso palácio da bela adormecida, uma das obras mais aclamadas de Walt Disney.
Cada detalhe do castelo da história de Disney foi copiado do Neuschwanstein, que em português significa “Novo cisne de pedra'', uma homenagem do rei Ludvig II aos cavaleiros de seu reino.
Quando era apenas o herdeiro do trono, por volta dos 10 anos de idade, o príncipe Ludwig foi trazido pelo pai até o alto dessas montanhas. Evidentemente que naquela época esta ponte ainda não existia. Mas daqui, de algum ponto, o príncipe observou o penhasco e ficou fascinado.
E não é pra menos: são 110 metros de altura. O príncipe, então, fez um juramento: ''quando eu for rei, vou construir ali um castelo. O sonho foi realizado, mas o rei Ludwig II jamais entrou no Neuschwanstein. Ele morreu afogado num lago, alguns anos antes da conclusão da obra.
Em 2007, na eleição das novas maravilhas do mundo moderno, o Neuschwanstein ficou em oitavo lugar. O castelo, que já era um dos três pontos de maior interesse turístico na Alemanha, passou a ser ainda mais cobiçado.
Os turistas fazem fila para embarcar nas charretes que conduzem os visitantes da vila que fica no pé das montanhas do tirol até o platô, onde o Neuschwanstein reina absoluto. A outra opção é ir a pé. De tirar o fôlego.
Sonho é o que se vive ao visitar o castelo por dentro. A decoração é impressionante. Na sala do trono, uma surpresa: falta justamente o trono, já que Ludwig II, considerado o último rei da Baviera, não viveu para reinar daqui.
Mas sobra majestade, nas pinturas, na mobília, no bom gosto e também na modernidade. Construído no fim do século 19, o Neuschwanstein contou com tudo o que havia de bom e de melhor na época: água quente encanada, aquecimento central, um luxo.

Não é difícil entender porque esse castelo é tão inspirador. E nem é complicado achar alguém que tenha sido contagiado por esse clima. Aqui, no alto das montanhas, enquanto gravávamos a reportagem, conhecemos este polonês que acabou de pedir a mão da namorada em casamento, como nas fábulas. Nem é preciso dizer qual foi a resposta dela